CARLOS MANUEL DIAS MADALENO_MIÉRCOLES14OCTUBRE

O CULTO DO DIVINO ESPÍRITO SANTO NA COVILHÃ [Vídeo]
Carlos Manuel Dias Madaleno.
Museu de Arte Sacra da Covilhã, Município da Covilhã. Portugal.
diasmadaleno@sapo.pt

PALAVRAS CHAVE
Património, culto, popular, desenvolvimento, região.

RESUMO
O culto do Divino Espirito Santo apaixonou etnógrafos, sociólogos e historiadores por todo o país, não obstante foi praticamente esquecido na Covilhã. A sua presença na região está devidamente atestada com a construção de templos em toas as freguesias do concelho sendo orago da freguesia do Dominguiso e em igrejas doutra devoção surgem-lhe destinados retábulos, como é o caso do Ourondo ou da igreja da Misericórdia na cidade.O culto foi anunciado pelos Franciscanos que defendem um mundo mais justo, mais verdadeiro e mais belo e que na região estiveram bem presentes através dos seus conventos e Ordens Terceiras.Não menos importante foi a difusão feita pela Ordem de Cristo, de que o mais conhecido mestre foi também o primeiro Senhor da Covilhã, o Infante D. Henrique. De acordo com João Silva e Sousa as confrarias do Espírito Santo funcionavam na dependência da Ordem de Cristo, razão pela qual se constata a sua larga representação entre Tomar e a Covilhã.Mas, a razão que parece mais importante para a popularidade do culto é o carácter democrático das suas práticas. A título de exemplo, todos os anos era escolhido para presidir às cerimónias um imperador, este poderia ser um simples homem do povo. E era obrigado a oferecer, no domingo do Pentecostes, um jantar também chamado de bodo, cabia igualmente a guarda da bandeira.Cerimónias semelhantes a estas teriam lugar em todas as freguesias caso se queira conhecer a complexidade e riqueza da nossa cultura popular. Consubstanciadas num rico património, oferecem hoje ao visitante uma experiência que se traduz no cancioneiro e na gastronomia caraterística desta região. É por isso um recurso que urge preservar de forma a garantir a sua genuinidade e originalidade.De igual modo não se poderá esquecer a componente patrimonial/artística, onde se destacam as bandeiras e frescos com iconografia muito interessante, representando temas muitas vezes, proibidos pelas autoridades eclesiásticas.