A Serra da Gardunha é uma serra de Portugal Continental, com
20 km de comprimento, 10 km de largura e 1227 metros de altitude. Situa-se na
província da Beira Baixa, nos concelhos de Fundão e de Castelo Branco, na
região do Centro (Região das Beiras). A Serra da Gardunha é também conhecida
por Gardunha (palavra árabe que significa "refúgio").
Esta zona é a capital da produção de cereja em Portugal, com
destaque para as freguesias de Alcongosta e Souto da Casa. Outras freguesias
com elevada produção de cereja: Aldeia de Joanes, Aldeia Nova do Cabo, Alcaide,
Alpedrinha, Castelo Novo, Fundão. Há várias décadas atrás a produção dominante
era a castanha, mas, nos anos de 1930, uma doença atacou a maioria dos soutos
(conjuntos de castanheiros). Os incêndios agravaram essa destruição. Todavia,
os reflorestamentos recentes não têm sido suficientes. Na encosta sul, na
Freguesia de São Vicente da Beira ainda existem alguns Soutos de Castanheiros,
não tão extensos como outrora mas que ainda produzem um quantidade
significativa de castanha. A produção florestal abrange o pinheiro bravo e mais
recentemente o eucalipto. Existem duas explorações de água de nascente natural,
em São Vicente da Beira com as Águas Fonte da Fraga e em Castelo Novo com as
Águas do Alardo.
Existem numerosos miradouros naturais, de onde é possível
observar a Cova da Beira e a Serra da Estrela, Covilhã e Belmonte (Norte) e
planícies da zona de Castelo Branco, Penamacor e Idanha-a-Nova (Sul e Este).
FUNDÃO
O concelho do Fundão situa-se no interior de Portugal, na
região Centro, mais especificamente na denominada região da Cova da Beira, na
vertente setentrional da serra da Gardunha. O Fundão é atravessado pela
autoestrada A23 que o coloca a aproximadamente duas horas e um quarto de carro
da capital, Lisboa, (262km), a sensivelmente duas horas e meia do Porto (260
km) e a sensivelmente três horas e meia da capital espanhola, Madrid (424km).
As raízes históricas do Fundão remontam à Proto-história,
período que regista a existência de um Castro da Idade do Bronze (1º Milénio a.
C.) no Monte De S. Brás, contraforte da Serra da Gardunha sobranceiro à atual
cidade. Do período Romano sobreviveram até aos nosso dias testemunhos materiais
que atestam a farta ocupação destas paragens nessa época: asais, villae e
inscrições epigráficas latinas.
Da Idade média, mais concretamente ao tempo da fundação da
nacionalidade, perduraram templos diversos e a própria Igreja Matriz, com a
invocação de S. Martinho. Contudo, foi ao dealbar dos séculos XV e XVI,
sobretudo neste último, que o Fundão ganha foros de excecional desenvolvimento
económico e expansão urbana. O incremento das industrias manufatureiras é um
fator determinante de uma expansão assinalável: os códices, abalizam a
atividade de tecelões, pisoeiros, mercadores, tratantes, borracheiros,
fundidores e imaginários.
À multiplicação de unidades industriais verificada no séc.
XVII e criação da Real Fábrica-Escola pelo Marquês de Pombal, corresponde um
estatuto socioeconómico que vai valer ao Fundão, no século XVIII, a elevação à
categoria de Vila e criação do respetivo Concelho (1747). É, desse 1988, cidade
e sede de Concelho.
A cidade é um centro local importante de comércio, serviços
e indústria. O concelho compreende parte das terras mais férteis da região, o
grande vale da Cova da Beira, onde passa o Rio Zêzere e as suas numerosas
ribeiras afluentes. São feitas grandes produções de cerejas e ginjas, pêssegos,
azeite e vinho.
A arte e a cultura ocupam um lugar de destaque no Fundão,
aqueles que se interessam pela cultura têm ao seu dispor um riquíssimo
património religioso e civil com um grande número de museus, igrejas, capelas e
outros edifícios de importância.