LUCÍA SANTIAGO_JUEVES15OCTUBRE

REFLEXÕES SBRE A (RE)CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE E A MERCANTILIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO A TRAVÉS DO TURISMO COMO MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO RURAL. CASO DE TREVINCA-A VEIGA (OURENSE, GALIZA) [Streaming]
Lucía Santiago Sanmiguel.
Comunidad. Galiza.
2010.santiago.sanmiguel.lucia@gmail.com

PALAVRAS CHAVE
Territorio, paisagem, comunidade, abandono, dinamização.

RESUMO
Desde mediados do s. XX, o rural galego está imerso num processo de declive demográfico que leva aparelhadas graves complicações para a gestão do patrimônio territorial, especialmente nas regiões mais orientais e montanhosas. Um dos casos mais representativos é o município de A Veiga (Ourense), comarca de Valdeorras, fronteiriço com Castela e Leão. Com uma densidade de população de 3’11 hab./km2 e um índice de envelhecimento de 632’59, a situação demográfica é crítica mesmo para o contexto da Galiza interior. Porém, A Veiga destaca por concentrar as maiores altitudes do país, com Pena Trevinca (2.127m), por albergar espaços de alto valor ecológico que levaram a proteger o 48.2% do seu território e por ser o único município Starlight com observatório astronômico de Galiza. Centrados neste município, refletimos sobre o processo de reconfiguração da identidade a traves do patrimônio e sobre os atores involucrados dentro dum modelo de consumo no que os espaços protegidos proliferam como consequência da demanda do singular e de diferenciação dentro da economia turística, considerada em muitos casos um dos principais meios de revitalização e ativação econômica das áreas rurais. Além do mais, fazemos um percorrido a través do processo de criação de identidade para a mercantilização do patrimônio territorial no sector turístico. Reflexionamos também sobre os modelos de gestão neoliberal implantados pelas instituições e questionamos o democrático desses modelos baseados, em princípio, no capital endógeno do território; criamos debate sobre os perigos e oportunidades do turismo, sobre a diversificação indiscriminada e a desigualdade de oportunidades entre os habitantes, o que resulta na gestão não sustentável do patrimônio e na ruptura da identidade coletiva. Finalmente, lembramos a importância de dar voz a todos os agentes, sem cair na mitificação e no absurdo de elaborar uma identidade que, na verdade, está configurada desde fora a comunidade rural.