Lucía
Santiago Sanmiguel.
Comunidad. Galiza.
2010.santiago.sanmiguel.lucia@gmail.com
PALAVRAS CHAVE
Territorio,
paisagem, comunidade, abandono, dinamização.
RESUMO
Desde
mediados do s. XX, o rural galego está imerso num processo de declive
demográfico que leva aparelhadas graves complicações para a gestão do
patrimônio territorial, especialmente nas regiões mais orientais e montanhosas.
Um dos casos mais representativos é o município de A Veiga (Ourense), comarca
de Valdeorras, fronteiriço com Castela e Leão. Com uma densidade de população
de 3’11 hab./km2 e um índice de envelhecimento de 632’59, a situação
demográfica é crítica mesmo para o contexto da Galiza interior. Porém, A Veiga
destaca por concentrar as maiores altitudes do país, com Pena Trevinca
(2.127m), por albergar espaços de alto valor ecológico que levaram a proteger o
48.2% do seu território e por ser o único município Starlight com observatório
astronômico de Galiza. Centrados neste município, refletimos sobre o processo
de reconfiguração da identidade a traves do patrimônio e sobre os atores
involucrados dentro dum modelo de consumo no que os espaços protegidos
proliferam como consequência da demanda do singular e de diferenciação dentro
da economia turística, considerada em muitos casos um dos principais meios de
revitalização e ativação econômica das áreas rurais. Além do mais, fazemos um
percorrido a través do processo de criação de identidade para a mercantilização
do patrimônio territorial no sector turístico. Reflexionamos também sobre os
modelos de gestão neoliberal implantados pelas instituições e questionamos o
democrático desses modelos baseados, em princípio, no capital endógeno do
território; criamos debate sobre os perigos e oportunidades do turismo, sobre a
diversificação indiscriminada e a desigualdade de oportunidades entre os
habitantes, o que resulta na gestão não sustentável do patrimônio e na ruptura
da identidade coletiva. Finalmente, lembramos a importância de dar voz a todos
os agentes, sem cair na mitificação e no absurdo de elaborar uma identidade
que, na verdade, está configurada desde fora a comunidade rural.